10 artistas contemporâneos portugueses que deve conhecer

Joana Vasconcelos: Gâteau, 2011

Depois de uma recessão económica, o país está finalmente a destacar-se no panorama da arte contemporânea internacional.
Para além de acumular prémios como um dos melhores destinos turísticos a nível internacional, Portugal é rico em artistas com grande reconhecimento internacional. Nomes como Joana Vasconcelos e Paula Rego enobrecem o mundo da Arte e da cultura portuguesa. Em Lisboa, cidade que venceu o Wallpaper Design Awards como a melhor cidade de 2017, é imperativo visitar o Museu Coleção Berardo, a Coleção Moderna do Museu Calouste Gulbenkian, a Culturgest, o MAAT e o Museu do Chiado, por serem os sítios onde este tipo de arte tem maior destaque na capital portuguesa.
Fora de Lisboa, vale a pena visitar outros espaços igualmente interessantes: Museu das Artes de Sintra, Casa das Histórias Paula Rego (Cascais), o Museu de Serralves (Porto), o Museu de Arte Contemporânea Nadir Afonso (Chaves), o MACE – Museu de Arte Contemporânea de Elvas (Col António Cachola) e o MUDAS – Museu de Arte Contemporânea da Madeira.
De 16 a 19 de maio de 2019 decorre a prestigiada feira de arte contemporânea, ARCOlisboa, que vem dar visibilidade ao panorama artístico em Portugal.
Venha conhecer 10 artistas contemporâneos portugueses que deram cartas do seu talento a nível nacional e internacional.

ADRIANA MOLDER
Recebeu o prémio Revelação 2003 – CELPA/ Vieira da Silva – Artes e o Prémio Jovem Artista Herbert Zapp Preis für Junge Kunst, em 2007. O seu trabalho de desenho e pintura é inspirado no cinema (através do uso de imagens existentes) e na literatura (através de contos e romances) e incide essencialmente no retrato, onde prevalecem características sombrias, fantasmagóricas e cinematográficas. Expõe desde 2002, e os seus trabalhos constam em várias coleções públicas e privadas, em Portugal (Coleção Berardo, Coleção António Cachola, Fundação EDP) e no estrangeiro (Espanha e Alemanha).

CARLA FILIPE
Iniciou a sua carreira artística em 2001, e gosta de usar vários materiais e elementos (desde jornais, cartazes, bandeiras, entre outros) nas suas obras, tendo por base a relação permeável entre os objetos, a cultura popular e o ativismo. Apresenta um percurso nacional (Museu Serralves e Galeria Municipal do Porto; Prémios EDP em Lisboa) e internacional (Bienal Manifesta 8 e 5.ª Bienal de Jafre em Espanha; 32.ª Bienal de São Paulo (Brasil); 13.ª Bienal de Istambul (Turquia); Les Urbaines (Suíça); Fundação D’Entreprise Ricard (França); Fundação Robert Rauschenberg (Florida, E.U.A.) consolidado.

CATARINA BOTELHO
Expõe regularmente desde 2005. Em 2007 ganhou o prémio “BES Revelação”. Foi nomeada para os prémios “EDP Novos Artistas (2011)” e “European Photo Exhibition Award (2012)”. As suas obras evocam a intemporalidade, a materialidade dos objetos banais, conduzindo-nos a uma perceção da durabilidade dos materiais que guardam memórias de muitos anos. Tem um percurso artístico nacional (Casa de Serralves, Fundação de Serralves) e internacional (Alemanha, Madrid e Barcelona) consolidado.

FERNANDA FRAGATEIRO
Expressa-se sobretudo na escultura e instalação. Nas suas criações opta por um estilo minimalista, onde faz discretas alterações a paisagens e objetos existentes, sejam jardins, intervenções ao ar livre ou mesmo desenhar os espaços das exposições, evidenciando a estreita relação com a arquitetura no seu trabalho. As suas obras estiveram na Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa, 2016, 2012, 2004; Paris, 2013; Londres, 2013); Centro Galego de Arte Contemporánea (Santiago de Compostela, 2006), Fundação de Serralves (Porto, 2005), Culturgest (Lisboa, 2003), entre outros.

JOANA VASCONCELOS

Créditos da imagem: Joana Vasconcelos

Joana Vasconcelos é uma das artistas portuguesas com grande reconhecimento a nível internacional. Expõe desde 1990 e representou Portugal na Bienal de Veneza com a peça A Noiva e com um cacilheiro transformado no pavilhão flutuante de Portugal. Em 2012, foi a primeira mulher e a artista mais jovem a expor no Palácio de Versalhes, em Paris. Foi também a primeira artista portuguesa a expor no Guggenheim de Bilbau, em Espanha, a mesma exposição antológica que está atualmente em Serralves, no Porto. Expressa-se maioritariamente através da escultura e instalação, tendo por base a cor e a grande dimensão das suas criações, onde gosta de jogar com a dicotomia entre o tradicional e o moderno, aplicando o conceito de apropriação de objetos existentes, conjugando-os com a identidade nacional, mostrando o seu olhar crítico da sociedade.

 JULIÃO SARMENTO

Créditos da imagem: Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado

O seu percurso artístico passa pela fotografia, filme e pela pintura. As suas criações têm títulos ambíguos e apresentam-se sob fragmentos de imagens num conceito erótico nunca explícito. No ano de 1997, foi o artista representante de Portugal na Bienal de Veneza.

Constrói desde os anos 80 um sólido percurso nacional (Fundação Calouste Gulbenkian, Fundação de Serralves) e internacional: Bienal de Paris (1981); Bienal de Veneza (1980, 2001, 2010) e Bienal de São Paulo (1992, 2002).

PAULA REGO

Créditos da imagem

É das artistas nacionais com maior reconhecimento no Reino Unido e em Portugal. Recebeu o título de Doutora honoris causa por diversas Universidades (Lisboa e Reino Unido). O seu percurso é de tal forma emblemático que foi criado um museu em seu nome, a Casa das Histórias Paula Rego, onde figuram diversas obras nunca antes expostas em Portugal. Todo o seu trabalho é feito com base numa história que só ela conhece, onde estabelece uma relação entre o conceito de poder e o conceito de perversidade, usando muitas vezes a figura feminina.

PEDRO CABRITA REIS

Créditos da imagem

Em 2003 representou Portugal na Bienal de Veneza. Participou na 10.ª Bienal de Lyon, com duas grandes obras. Em Hamburg Kunsthalle apresentou cerca de sessenta esculturas, incluindo pinturas, desenhos e fotografias. É na pintura que procura os conceitos de abstrato e geométrico, e é no desenho que se foca mais no conceito figurativo dos autorretratos. Contudo, foi na escultura e instalação que Pedro se destacou a nível nacional e internacional, tendo participado em diversas exposições: Berlim (1991); Bienal de São Paulo (1994); Bienal de Veneza (1997).

SANTIAGO RIBEIRO

Créditos da imagem

Expõe desde 2000. Em 2010, ganhou o Prémio Flávio Gagliardi de Artes Plásticas. Nas suas criações usa a técnica da colagem em papel. Expressa-se também na instalação. Os temas que aborda são quase sempre sobre a sociedade e os problemas da atualidade, levando a que nem sempre seja compreendido. Tem participado em várias exposições no Brasil: Sorocaba Clube (2001); Oficina Cultural Grande Otelo (2004); Palacete Scarpa (2008), e a nível internacional: Rússia, Espanha, Paris. 

VASCO ARAÚJO

Créditos da imagem

Expõe regularmente desde 1999. Em 2002, realizou a sua 1.ª exposição individual, na Galeria Filomena Soares, em Lisboa. Em 2003 ganhou o Prémio EDP Novos Artistas. Em 2008, foi nomeado para o Artes Mundi (um dos mais importantes prémios europeus no âmbito das artes visuais). Seja na escultura, na instalação, vídeo ou fotografia, Vasco Araújo tem estruturado a sua obra com base no conceito da desconstrução e da relação do sujeito com o mundo. Tem presença notável no panorama internacional: 13.ª Bienal de Sidney (2002), 51.ª Bienal de Veneza (2005), 1.ª Bienal de Moscovo (2005), 28ª Bienal de S. Paulo (2008).

Artigo produzido em parceria com Ins Portugal

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