ROTEIRO DOS BAIRROS DE LISBOA: BELÉM E AJUDA, TUDO DE BOM E À MÃO DE SEMEAR

Em 1940, no auge do ditatorial Estado Novo, BELÉM foi escolhida como lugar privilegiado e simbólico para a montagem do Exposição do Mundo Português, evento que glorificava  o passado luso e traçava o caminho do futuro do país para quem dele duvidasse, num cenário de uma Europa em conflito armado que rapidamente se tornaria mundial. BELÉM tinha o espaço físico e, acima do resto, o peso de ter sido dali que partiram as caravelas dos Descobrimentos com que os portugueses dariam ‘novos mundos ao mundo’, por terras e mares de Brasil, Índia, África e Ásia.

O que restou desses imensos pavilhões permanece à beira-rio, incluindo o Padrão dos Descobrimentos, resposta de um novo século à  seiscentista Torre de Belém. Juntem-lhe o Museu de Arte Popular ou a Associação Naval de Lisboa e o quadro ficaria completo (foi assim durante décadas) não se desse, mais à frente, a renovação do Museu da Electricidade e o revolucionário MAAT. A beira-Tejo de BELÉM é hoje um espaço de cultura, passeio e exercício físico, restaurantes, marina e prática de desportos aquáticos.

O que impressiona em BELÉM é a quantidade e qualidade da oferta museológica num espaço que paralelo à água mal mede 500 metros. O panorama é dominado pelo Mosteiro dos Jerónimos (que alberga o Museu de Marinha e o Museu de Arqueologia) e o Centro Cultural de Belém/Colecção Berardo, consagrado à arte moderna e contemporânea. O Planetário Gulbenkian deixa-nos a ver estrelas, o Museu da Presidência da República é tudo o que o nome indica e, entre outras atrações culturais, o caminho remata com o novo edifício do Museu dos Coches, que na sua forma original foi durante anos o mais visitados do país.

É um lugar de relvados largos e de matar saudades da monumentalidade. Tem um ‘twist’: o Jardim Botânico Tropical (também conhecido por Jardim do Ultramar) lugar de tranquilo e refrescante passeio,  um dos pontos altos da afamada exposição de 1940.

Dificilmente se encontrarão nestes espaços (e a lista engrossa com a caminhada) lugares com mais filas de espera que a Antiga Confeitaria de Belém, que o mundo inteiro conhece como Pastéis de Belém. É uma gulodice única mas que não desvirtua a vasta oferta gastronómica de BELÉM, francamente desigual mas preparada para receber todos os gostos, bolsas e até mochilas. E não esquecer a empolgante cozinha de autor do Feitoria, no Altis Belém Hotel & Spa, assinada por João Rodrigues.

E há, claro, a íngreme Calçada da Ajuda, encimada pelo palácio do mesmo nome e o Jardim Botânico da Ajuda que merecem visitas longas, bem maiores que estas referências. Ou, para os lados do Restelo, o impressionante Museu de Etnologia. BELÉM e AJUDA são tudo isto: o triunfo da escolha, o apetite de não perder seja o que for, de tudo (ou quase) ali estar à distância de uma passada. E mesmo que os habitantes locais se ‘escondam’ na Rua da Junqueira ou na própria calçada perante o reboliço do turismo massificado, há sempre um lugar tranquilo, um recanto de fascínio (monumental ou não) onde o visitante se sente feliz da vida por ter tanta coisa boa à mão de semear.

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