De Lisboa a Sintra, os melhores lugares com vista

Portas do Sol

Em miradouros, restaurantes, hotéis ou rooftops, de Lisboa a Sintra o visitante tem à sua espera vistas deslumbrantes. Estas são as nossas escolhas.

Com o rio Tejo a correr a abraçar o Atlântico não seria surpreendente que, ao contrário de quem vive em Lisboa ou lá trabalha, quem está de visita acredite que todas as vistas da cidade dão para o rio. Lisboa é feita de sete colinas e sabe como aproveitar ao máximo essa condição, deixando a miradouros, restaurantes e hotéis com terraços ou espaços comuns de último andar como os bares em rooftops a grata tarefa de mostrar a cidade à própria cidade. Que Lisboa sabe que é bela e só tem ciúmes de si mesma.

Miradouro Santa Luzia

Amoreiras 360 View

Elevador de Santa Justa

Mesmo que cada zona da cidade tenha o seu orgulho em ser diferente, há em cada miradouro uma Lisboa que se espelha, da Graça ao Torel, de Santo Estevão ao Castelo de São Jorge, até esses Terraços do Carmo que culminam em glória no Elevador de Santa Justa. E entre bares, hotéis e restaurantes dividem-se as benesses de uma vista de exceção, sempre lisboeta mas nunca repetitiva, do Topo ao Martim Moniz até ao Museu Nacional de Arte Antiga às Janelas Verdes. Um copo retemperador ou de aperitivo, uma refeição brilhante e aconchegadora, um hotel retemperador de forças e incentivo a uma manhã de visita cheia de delícias alfacinhas, dezenas de hotéis, restaurantes e bares foram pensados assim, de varandins e terraços com vista sobre uma cidade que nunca se cansa.

Escolhemos para si as melhores vistas de Lisboa a Sintra, sem deixar de fora Oeiras e Cascais. Que entre o Tejo e o Atlântico, do alto de miradouros ou do conforto dos terraços, não há-de o visitante ficar a ver navios…

OEIRAS A DAR NAS VISTAS

Paço de Arcos

O concelho de Oeiras é vasto, um dos três maiores do país, e beneficia de uma linha de costa que vai de Algés às ‘portas’ de Carcavelos. Alguns hotéis de grande qualidade bordam a Avenida Marginal e, a par da Marina e do imenso paredão que dá a pedestres e ciclistas a graça de quase caminhar sobre as águas, todas as vistas podiam dar a impressão de se fazerem a partir de pisos térreos. É quase sempre o caso. Mas isso implicaria esquecer que lá porque é em Oeiras que na Foz o Tejo encontra o oceano, as vistas dão todas para a água. Ao longe, imponente mas visível a cada monte e colina do concelho, ergue-se imponente a Serra de Sintra e com ela o recorte dos seus castelos e palácios.

Escolhemos para si as melhores vistas de Oeiras, fitem elas os olhos no rio, espreitem zarpar Atlântico fora ou sonhem com neblinas e mitos para os lados de Sintra.

CASCAIS TEM VISTA PARA O MAR

guincho

Dizem os compêndios que Cascais é uma ‘vila de pescadores’, gente dura de labuta agreste a recolher todas as delícias do mar, mas há uma outra história: a da gente abastada que escolheu o concelho como lugar ideal de veraneio, de plantar casas apalaçadas e convencer-se, a si e ao mundo, que de Carcavelos ao Guincho, seguindo o caminho da água, as vistas são tão fantásticas que este lugar se devia chamar Riviera. E ainda hoje é a alcunha do Monte Estoril, por exemplo.

Do Hotel Baía ao Clube Naval e sua Marina, Cascais dá-se a ver em vistas, passe a repetição, pela graça côncava da sua baía, da azáfama da lota, das ruas íngremes de um lado velho da vila que se tenta manter intocado, mesmo que nem sempre com sucesso. O ex-libris de Cascais, no que toca às vistas, é encimado pelo terraço do Baía ou o miradouro onde a estátua do Rei D. Carlos de Portugal parece indicar o trilho náutico da aventura e da científica biologia marítima.

Blue Bar Hotel Baía

O imenso paredão dita as regras e ao longo do seu trajecto largo e apetecível pontuam cafés e restaurantes. Não tem a amplidão das vistas dos palacetes que atrás, passada a linha férrea, se perfilam orgulhosos do pecúlio dos seus donos, mas forçosamente servem o peixe mais fresco de se instalarem como lugares de comezaina com os pés na água, por assim dizer. E até chegar ao Guincho, a começar pela temível Boca do Inferno ou dos varandins do Real Villa Italia, as vistas nunca parecem sensaboronas e aborrecidas, que o Atlântico ali ainda se convulsiona de ter dado de caras com o Tejo. E os grandes restaurantes confundem-se com os melhores hotéis em óptima comida, melhor dormida e vistas de assombro, do Atlântico Bar ao Forte do Guincho, do Monte Mar ao Faroleiro, do Hemingway ao Albatroz.

Escolhemos para si as melhores vistas de Cascais, ou os lugares das melhores ‘selfies’, como a vaga incessante de turistas prefere chamar-lhes.

AS VISTAS DE SINTRA SÃO COMO POSTAIS

Palácio da Pena

No deslumbramento serrano de Sintra, seguindo as estradas apertadas que apontam a Seteais ou do lado avesso rumam a Colares e ao fulgor das praias agrestes (da Ericeira à Praia das Maçãs, a Praia Grande, às Azenhas do Mar), dividem-se os visitante entre as vistas de mar e as de montanha. É quase sempre deixado aos restaurantes que bordam o curso do oceano a função de garantir as melhores vistas, uns mais acima da linha do mar do que outros, mas a oferta hoteleira e seus inevitáveis terraços já se faz sentir, sempre com mais do que um recanto para que quem tire os olhos da água se aperceba das delícias da serra de Sintra, dessa névoa insistente que nos embala e mistifica casas senhoriais, palacetes, o alucinante Palácio da Pena ou o espinhado recorte do Castelo dos Mouros.

Castelo dos Mouros

A Sintra serrana é altiva ao ponto de dar nas vistas a si mesma, uma espécie de vaidade que os visitantes acham imperdível. E tão cheia de detalhes vive, que aqui (e em especial no Centro Histórico) cada vista fascinante pode ser feita de uma única casa, uma solitária promessa de estrada que só pode levar a algo de belo, como o miradouro de Santa Eufémia, que resume tudo deixando a ver Lisboa, a Outra Margem, Oeiras, Cascais e a própria Sintra feliz por ali de uma penada oferecer tudo a quem tiver o bom senso de seguir a pé o caminho que passada a capela vai dar à cruz.

Escolhemos para si as melhores vistas de Sintra, dos fulgores da serra e seus segredos em névoa até à imensidão oceânica.