ARRÁBIDA EM DOIS DIAS, DA RESERVA NATURAL À MAIS BELA PRAIA DA EUROPA

Da beleza natural aos melhores restaurantes e dormidas, a Arrábida é um paraíso de fim-de-semana. E de Sesimbra a Setúbal, as suas praias convidam à escapadela perfeita.

Tudo começa com uma algo modesta cordilheira de montanha calcária que ao longo da costa leva de Sesimbra a Setúbal. A Serra da Arrábida tem o seu Parque Nacional, os aromas virados a Sul vêm de vertentes de ciprestes, pinheiros e ervas aromáticas e nem o vinho escapa aos seus fulgores, como é o caso do Moscatel de Setúbal de Vila Nogueira de Azeitão. A Falésia do Risco, que da serra desce ao oceano na vertigem dos seus 380 metros, é a mais alta do Portugal continental.

Tem Reserva Natural, a mais bela praia da Europa (Praia de Galapinhos) entre uma mão cheia de outras de parecido valor e diferentes características, estradas sinuosas apinhadas de paisagens deslumbrantes e, ao longo do percurso, variados museus, igrejas de imponência ou cativante humildade, adegas e enoturismo, modernidade e tradição, restaurantes excecionais de comida de conforto e ambiente familiar, hotéis de todos os feitios e para diferentes bolsas e aquela sensação de tranquilidade: de na Arrábida se poder viver para o prazer como se, em rigor, não houvesse dinheiro que o pagasse.

O Convento da Arrábida, que já foi mosteiro franciscano e é hoje centro cultural, impõe-se sobre a falésia a lembrar a origem do nome Arrábida, do árabe ‘lugar de oração’. Casas senhoriais ou quintas são regularmente alugadas para festas de casamento, como se ninguém quisesse mostrar-se indiferente à beleza estonteante das vistas.

E uma escapadela de fim-de-semana pela Serra da Arrábida termina sempre em beleza pernoitando em Setúbal, Palmela ou Sesimbra, de vasta oferta hoteleira. É também uma inevitável trindade gastronómica a partir de tudo o que o mar ali oferece em doses fartas de peixe (ai, as sardinhas!) e marisco que nas mãos de gente sábia se transforma em choco frito, caldeirada e cataplana, sempre a fechar com queijos e vinhos, muitas vezes com a cortesia de Palmela cuja Confraria Gastronómica é de consulta obrigatória. De resto, esta é uma região rica em vinhos e lá passar um fim-de-semana sem os provar roça o insulto. Fica o aviso.

GALAPINHOS E AS MARAVILHOSAS PRAIAS DA ARRÁBIDA

Galapinhos foi eleita a mais bela praia da Europa, mas à Arrábida não faltam outros areais fantásticos servidos por águas claras e envoltos em luxuriante vegetação.

O clima, a fauna e a flora têm um indesmentível toque mediterrânico, e a rematar a perfeição há praias escondidas nas enseadas e um mar tranquilo, quase sem ondas e de águas cristalinas (a ilhota da Pedra da Anixa, sempre convidativa ao mergulho). A Praia da Figueirinha é das mais frequentadas, mas também as há escondidas e quase secretas como a Praia dos Coelhos.

A de Galapos tem a sua justificada fama (tal como a Figueirinha, fica na estrada que ruma a Setúbal) e nunca é de bom tom perder o caminho da Estrada da Escarpa que a partir da falésia leva em sinuoso percurso ao belíssimo Portinho da Arrábida. Junto à Baía de Sesimbra, a Praia da Ribeira do Cavalo é outro trunfo de mergulhador compulsivo.

Mas a palma vai para a Praia dos Galapinhos, a que a European Best Destinations atribuiu o título de ‘praia mais bela da Europa’ (numa votação que procurava a melhor praia entre a Grécia e este nosso cantinho plantado à beira-Atlântico) até pela idílica ligação entre areal e natureza serrana. E até insiste que Galapinhos é um ótimo ponto de partida para uma visita à Península de Tróia

A ARRÁBIDA E O QUE VALE A PENA VISITAR

Castelos, conventos, ermidas, grutas e miradouros, a Serra da Arrábida e o que dela se espraia dá muito a ver e conhecer. E até lugares onde quase ninguém vai.

Não é que se deva começar por uma ruína, mas junto ao Parque de Merendas da Comenda o Palácio da Comenda ainda se ergue, um imponente ‘caco’ que passou a propriedade privada e que só do lado de fora hoje permite visitas. As legais, pelo menos. Ao tempo em que ali vivia a família Armand, era comum alugar a casa a celebridades mundiais (Jaqueline Kennedy, Truman Capote), mas sendo uma memória maltratada ainda vale bem a pena mirá-la. E invejar-lhe a localização.

À Arrábida não faltam lugares de devoção religiosa com diferentes histórias para contar. Um passeio de fim-de-semana não deve deixar passar sem visita a Gruta da Lapa de Santa Margarida (e os seus 200 degraus de acesso…), o inevitável Cabo Espichel e o agora bem mais cuidado Santuário de Nossa Senhora (com laivos de experiência mística, por sinal) e o Convento Novo da Arrábida, um complexo onde cabem o jardim e Santuário do Bom Jesus, sem perder de vista as capelas e celas escavadas no calcário, a que hoje é comum chamar o Convento Velho.

O Castelo de Palmela, altaneiro de 240 metros acima do nível do mar, é um lugar dominante da paisagem da Serra da Arrábida, como mais longe o Castelo de Sesimbra tenta fazer mais do mesmo, apesar da sua fama advir da forma como soube manter a traça medieval tão junto ao mar. O Forte de Santa Maria da Arrábida, parte integrante da rede de fortalezas do século XVII erguidas para proteger Portugal as investidas espanholas, é outro ‘must’ de visita.

Mas a haver um lugar que tudo consiga resumir, a nossa aposta apontaria para o Miradouro do Portinho da Arrábida onde à beleza natural da serra se junta a clareza refrescante do mar.

 

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