CHURCHILL “A PASSAR DESPERCEBIDO” NA MADEIRA

Winston Churchill pintando em Câmara de Lobos. Fotografia de Raul Perestrelo, Janeiro 1950.

Em Câmara de Lobos, o miradouro onde Winston Churchill montou o seu cavalete de pintura tem hoje o seu nome. Tudo começou numas férias, a 1 de Janeiro de 1950…

As fotografias mostram-no confortável, longe do reboliço dos jogos de poder em Westminster, a pintar as belezas de Câmara de Lobos. Celebrando a reabertura, finda a 2ª Grande Guerra, o hotel Reid’s Palace convida a vitoriosa figura de proa do conflito mundial para umas férias. À época, o grosso dos hóspedes do Reid’s eram ingleses, agraciados pela beleza do edifício, a impecabilidade do serviço e a postura à beira-mar. Qualidades que ainda hoje fazem as honras da casa.

Winston Churchill chegou a 1 de janeiro de 1950 com todas as características de uma séria campanha de marketing. Sem o saber ou mal suspeitando, abrirá o caminho para a muito publicitada visita de ‘famosos’ ao longo das duas décadas seguintes, postando o Reid’s Palace no panorama internacional.

Churchill chegou de barco, o Durban Castle, uma visita adornada com todas as parangonas de um chamariz. Veio com a esposa, a emblemática Lady Clementine, a filha mais velha, duas secretárias, o guarda-costas e o apoio crucial na escrita das afamadas ‘Memórias’, o Coronel Deakin. E chegou com uma bizarra aspiração: ‘passar despercebido’.

Mesmo que para surpresa geral Churchill tenha perdido as eleições legislativas de 1945 para Clement Atlee, ainda mantinha algumas variações de ‘bulldog mandão’. Conseguiu, por exemplo, que na Madeira não houvesse qualquer receção oficial, nenhuma cerimónia que o aborrecesse ou desse protagonismo às autoridades locais. Chegou, pintou e ao fim de 12 dias zarpou de regresso a casa. Deixou em homenagem às gentes da Madeira uma variação das suas celebradas frases: ‘já fui cumprimentado por muitas pessoas neste mundo por quem fiz alguma coisa. Mas nunca, em toda a minha vida, fui tão entusiasticamente recebido por pessoas por quem nunca fiz nada’.

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